Blog dedicado a contar a história do Bairro do Ipiranga...e suas famosas e controvérsias históricas...
Estamos em fase de construção em breve postaremos excelentes matérias sobre o bairro e mais de 400 imagens antigas, muitas delas raríssimas.
Quer participar deste trabalho é só enviar suas matérias e imagens para o e-mail abaixo.
marco.machado.sp@bol.com.br.
Grato.
Primeiro quero agradecer pela sua visita a este trabalho que tem como finalidade divulgar o Bairro do Ipiranga de Antigamente. Sua visita é o fator mais importante nesta jornada sem fim, afinal o que é presente hoje, será o passado no futuro quando falamos no campo da fotografia. Obrigado por você estar aqui e fique a vontade para criticar e trazer novas idéias para o aprimoramento desta Obra. Volte sempre.
marco antonio campos machado.
Esta é a imagem mais antiga do Bairro do Ipiranga.
Fonte: https://www.al.sp.gov.br/acervo-historico/publicacoes/Livros/Imperial_Cidade.pdf.
Jardins do Museu Paulista.
Década de 1920.
Autor da fotografia, desconhecido.
Código da Fotografia: BI-00864. Bairro do Ipiranga.
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Minha Sogra e meu Sogro no Parque da Independência em
1959.
Museu Paulista da USP.
Breve História do Bairro do Ipiranga:
O Ipiranga já foi o lugar dos índios Guaianazes, até
que chegaram os brancos para atrapalhar, no século XVI. Um deles, o explorador
português João Ramalho, contribuiu para o surgimento da população misturada.
Sua primeira mulher, Catarina, ficou em Portugal e eles nunca mais se viram.
Uma vez náufrago e depois em terra firme, já no Brasil, Ramalho casou-se com
Bartira, filha do cacique Tibiriçá. Teve muitos filhos com ela (e com outras índias).
O tempo passou e, de passagem estratégica entre o mar
e a cidade, o Ipiranga virou o lugar do grito da Independência, testemunhou e
participou das transformações urbanas provocadas pela industrialização e virou
um dos mais tradicionais bairros paulistanos.
1. Planalto Piratininga: os índios Guaianazes foram os
primeiros moradores do Ipiranga. O explorador português João Ramalho
(1493-1580) naufragou na costa e na segunda década do século XVI já vivia com
os índios no Planalto Piratininga, que viria a se transformar em São Paulo e ia da margem
direita do ribeirão Guapituva e a aldeia do cacique Tibiriçá. Ramalho, aliás,
casou-se com Bartira, a filha do cacique e com ela - e outras índias - teve muitos filhos.
Primeiro projeto do Monumento da Independência.
Fonte: https://www.al.sp.gov.br/acervo-historico/publicacoes/Livros/Imperial_Cidade.pdf.
2. Novos ocupantes: com o tempo, os índios se mudaram. Não gostavam de ser escravizados pelos brancos. Por volta de
Rua Paulo Bregaro em 1950.
Autor da imagem, desconhecido.
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3. Passagem estratégica: os primeiros estrangeiros que
entraram no Brasil pelo Porto de Santos chegavam à capital pelo Caminho do Mar
(a Estrada Velha) e o Ipiranga era uma passagem obrigatória para eles. A
localização e a topografia favoreciam a passagem e a instalação de comércio.
4. Principal fato histórico: D. Pedro I proclamou a
Independência do Brasil em 7 de setembro de 1822 às margens do Ipiranga.
Marco onde se deu o famoso Grito da Independência numa fotografia de 1918.
Á direita no bem no fundo aparece parte da Casa do Grito, se este é realmente o local de onde
Dom Pedro I disse a famosa frase
"Independência ou Morte"
então não bate com o quadro pintado por Pedro Américo em 1888, pois o tal riacho está pelo menos a uns quatrocentos metros deste local...
Bom, esse é uma das centenas de distorções históricas que nos fascinam e nos faz amar esse pedaço do nosso passado...
Quadro
Quadro "O Grito do Ipiranga", de Pedro
América, retrata principal momento histórico do bairro Foto: Clayton de
Souza/Estadão
5. Museu, parque e monumento: esses três elementos
ajudaram a marcar território na memória da cidade e do país. O Museu Paulista
foi aberto em 1895. O monumento (polêmico, criticado e inacabado projeto de um
escultor italiano) foi inaugurado em 1922 e concluído em 1925. A pedido do prefeito
Antônio Prado, os jardins franceses começaram a ser plantados em 1907.
6. Industrialização: a industrialização chegou ao
Ipiranga perto de 1875. O primeiro bonde elétrico, em 1904.
7. Os trens e o rio: a ferrovia Santos-Jundiaí (1867)
e a proximidade das margens do Rio Tamanduateí consolidaram o lugar do Ipiranga
entre os bairros industriais da cidade. Trens, ônibus e bondes transportavam os
operários para as fábricas e os trens também faziam circular a produção.
Fábrica da Ford década de 1960.
9. Os Jafet: exceção à regra: na virada do século, a
cidade era nobre em bairros como Higienópolis, pobre onde viviam os imigrantes
e miserável nas regiões ocupadas pelos negros. Os grandes empresários se
instalavam no alto, na Paulista e arredores, sempre longe das fábricas.
"Mas houve uma exceção", escreve, em "A Capital da
Vertigem", de Roberto Pompeu de Toledo. "Os Jafet, os mais bem-sucedidos
entre as famílias de origem árabe, plantaram tanto as fábricas com suas mansões
no Ipiranga. Antes deles, o bairro era lembrado apenas pelo distante
museu."
10. Centenário da Independência: nas duas primeiras
décadas do século XX, o Ipiranga era quase nada, exceto pelo museu (1895) e
seus jardins (1909), a fábrica dos Jafet (1907) e algumas ruas "sem
calçamento e iluminadas a gás". Em 1916, entre os preparativos para a
festa da Independência que ocorreria seis anos depois (no Ipiranga), a rua que
em linha reta vai dar no museu recebeu o nome de D. Pedro I.
Fonte:
https://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,a-historia-do-ipiranga,1750418
A Casa do Grito que nem sempre foi feita de taipa.
como se pode observar nas duas fotos abaixo.
Fotografias tiradas na década de 1950 onde a Casa do Grito aparece em total abandono e que foi reformada em 1958 pela então administração de Ademar de Barros eleito em 1954. Autor da imagem, sendo pesquisado.
como se pode observar nas duas fotos abaixo.
Código do Imagem: MI-0257.
Abaixo uma foto rara da década de 1950 onde é possível notar uma parede inteira de tijolos prova que a Casa do Grito nem sempre foi feita exclusivamente de taipa.
Abaixo uma foto rara da década de 1950 onde é possível notar uma parede inteira de tijolos prova que a Casa do Grito nem sempre foi feita exclusivamente de taipa.
Casa do Grito.
Data da fotografia: Década de 1950.
Detalhes: Parede da parte de trás da casa virada para o lado do Parque da Independência.
Observações: Existem indícios de argamassa de barro sem cimento ou cal nos tijolos que provavelmente foram assentados antes da década de 1900.
Código do Imagem: MI-0986.
Em breve postaremos matérias interessantes sobre essa
polêmica casa, onde segundo alguns pesquisadores , não é a mesma casa que
aparece no cenário do quadro pintado por Pedro Américo em 1888 A polemica casa está
hoje na colina do Parque da independência. Um documento narra que a casa é de
1844 e consta dos autos do inventário de Guilherme Antonio de Moraes, já, o
famoso ato de Dom Pedro I ocorreu em 7 de setembro de 1822, isto é a casa só
foi construída 22 anos depois.
Mas mesmo assim as opiniões divergem, veja um
relato feito pelo Capitão-mor Manuel Marcondes de Oliveira e Mello que ocorreu em 1822, (depois
barão de Pindamonhangaba) preparando a chegada de Dom Pedro I...
"Chegando ao Ipiranga, sem que ninguém aparecesse, fiz
parar a guarda junto a uma casinhola [hoje conhecida como "Casa do
Grito" que ficava à beira da estrada, à margem daquele riacho. Para prevenir
qualquer surpresa, mandei o guarda Manuel de Godoi, que era dos mais moços,
colocar-se de atalaia em lugar onde pudesse descobrir a aproximação do
príncipe. Tomando esta providência, apeamos e nos pusemos a descansar, conforme
era natural"
Pedro Américo | |
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Assinatura | |
Fotografia de M. Nogueira da Silva (1871)
Nascimento:
29 de abril de 1843
Areia, Paraíba, Brasil
Florença, Itália
Nacionalidade: brasileiro
Parentesco:
irmão de Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo
Ocupação: pintor, romancista e poeta.
Independência ou Morte é uma pintura do
artista brasileiro Pedro Américo. É considerada a representação mais consagrada
e difundida do momento da independência do Brasil, sendo o gesto oficial da
fundação do Brasil. Seu nome vem da exclamação de D. Pedro I ao proclamar a
independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822:
"É tempo! Independência ou Morte! Estamos separados de
Portugal!"
Em 1886, o conselheiro imperial Joaquim Inácio Ramalho,
então presidente da Comissão do Monumento do Ipiranga, firmou um contrato com
Pedro Américo, pelo qual o artista se comprometia a pintar, em três anos, um
"quadro histórico comemorativo da proclamação da independência pelo
príncipe regente D. Pedro nos campos do Ypiranga."
Antes de iniciar a pintura, o artista fez minuciosas pesquisas sobre o movimento da Independência, os trajes da época e outros detalhes. Estudou também outras obras de autores de pinturas históricas como Ernest Meissonier e Horace Vernet. A obra foi exposta pela primeira vez em 8 de abril de 1888, na Academia de Belas Artes de Florença e, três meses depois, foi entregue ao governo paulista. O trabalho agradou aos críticos de arte, sendo considerado, à época, como "uma obra colossal" que trazia "o cunho de uma imaginação criadora e de um robusto engenho". No Brasil, a tela foi exposta pela primeira vez em 7 de setembro de 1895, na inauguração do Museu Paulista. O diretor do museu à época, Affonso Taunay, usou-a como ponto de partida e principal peça de um programa de decoração elaborado a partir de um contexto político-ideológico para todo o prédio e suas obras, ficando o quadro como elemento central do salão nobre do museu.
Museu do Ipiranga Quadro O Grito do Ipiranga de Pedro Américo.
Antes de iniciar a pintura, o artista fez minuciosas pesquisas sobre o movimento da Independência, os trajes da época e outros detalhes. Estudou também outras obras de autores de pinturas históricas como Ernest Meissonier e Horace Vernet. A obra foi exposta pela primeira vez em 8 de abril de 1888, na Academia de Belas Artes de Florença e, três meses depois, foi entregue ao governo paulista. O trabalho agradou aos críticos de arte, sendo considerado, à época, como "uma obra colossal" que trazia "o cunho de uma imaginação criadora e de um robusto engenho". No Brasil, a tela foi exposta pela primeira vez em 7 de setembro de 1895, na inauguração do Museu Paulista. O diretor do museu à época, Affonso Taunay, usou-a como ponto de partida e principal peça de um programa de decoração elaborado a partir de um contexto político-ideológico para todo o prédio e suas obras, ficando o quadro como elemento central do salão nobre do museu.
Fonte: Duarte Carneiro, Ana G. (2000). Representações da História em Pedro Américo e
Vitor Meirelles (PDF) (Monografia).
Quanto ao Sacoman...
O bairro do Sacomã abriga uma das árvores mais antigas e talvez a mais importante, em termos históricos, já documentada na cidade de São Paulo. Conhecida como Figueira das Lágrimas, o logotipo representa este magnifico patrimônio histórico, ainda vivo.
Nas terras conhecidas como Moinho Velho, próximas a Estrada
das Lágrimas, no Caminho do Mar, às obras do Museu do Ipiranga, os irmãos
Saccoman chegaram em 1886, vindos da França. A Cerâmica Saccoman Frères foi a
primeira fábrica de produtos de cerâmica fundada por eles por volta de 1890,
onde começaram a fabricar tijolos, iniciando a produção de telhas tipo Marselha
no Brasil.
De uma família de tradicionais fabricantes de cerâmic de Marselha, cidade mais antiga da França, os irmãos Antoine, Henry e Ernest Saccoman chegaram à São Paulo nos últimos anos do Império, quando o crescimento da população já estimulava o desenvolvimento da construção civil. A construção do Museu do Ipiranga havia começado e a produção de tijolos que começou em 1910, até então era pequena, tornando os irmãos Saccoman responsáveis por trazer melhorias na qualidade deste tipo de produto. Em 1921 ocorreu a morte de Antoine e os outros dois irmãos decidiram voltar para a Europa e, para tal, venderam a indústria, que passou a se chamar Cerâmica Ipiranga. O nome da fábrica mudou mas o nome do bairro ficou conhecido como Sacomã.
Quanto ao Sacoman...
O bairro do Sacomã abriga uma das árvores mais antigas e talvez a mais importante, em termos históricos, já documentada na cidade de São Paulo. Conhecida como Figueira das Lágrimas, o logotipo representa este magnifico patrimônio histórico, ainda vivo.
Planta da Mina de Argila do Estabelecimento Ceramico S. A. Ceramica Sacoman e
Tanque do Corrego do Moinho Velho, Acervo do Museu Paulista da USP.
De uma família de tradicionais fabricantes de cerâmic de Marselha, cidade mais antiga da França, os irmãos Antoine, Henry e Ernest Saccoman chegaram à São Paulo nos últimos anos do Império, quando o crescimento da população já estimulava o desenvolvimento da construção civil. A construção do Museu do Ipiranga havia começado e a produção de tijolos que começou em 1910, até então era pequena, tornando os irmãos Saccoman responsáveis por trazer melhorias na qualidade deste tipo de produto. Em 1921 ocorreu a morte de Antoine e os outros dois irmãos decidiram voltar para a Europa e, para tal, venderam a indústria, que passou a se chamar Cerâmica Ipiranga. O nome da fábrica mudou mas o nome do bairro ficou conhecido como Sacomã.
A velha
residência, a lagoa e o grande buraco para retirada de argila permaneceu no
local por muito tempo até chegar a Via Anchieta em 1939. A área antes ocupada
pela fábrica, hoje é a Favela Heliópolis, a maior favela da cidade de São Paulo
que nasceu em 1973.
Figueira das Lágrimas
O bairro do Sacomã abriga uma das árvores mais antigas e
talvez a mais importante, em termos históricos, já documentada na cidade de São
Paulo. Conhecida como Figueira das Lágrimas, recebeu este nome pois era
exatamente sob sua sombra que familias se reuniam para se despedirem dos
tropeiros responsáveis pelo transporte de mercadorias do centro à Santos e
também, durante a Guerra do Paraguai, foi o local onde os soldados se
despediram de suas familias. Dizem que Dom Pedro I passou por ela para
proclamar a Independência no Ipiranga já que em 1822, já era uma árvore adulta
que estava à beira da estrada das lagrimas que dava acesso a serra do mar.
Infelizmente nos dias de hoje a figueira conta com a ajuda de poucas pessoas e
recursos limitados que lutam para manter a saude da figueira.
Existem mais de
mil espécies de figueiras mas a figueira organensis é um símbolo da História e Mata
Atlântica de São Paulo. Com cerca de 200 anos, ela está quase toda encoberta
por uma figueira benjamina asiática de pelo menos vinte anos, que está matando
o que restou de sua copa. Mesmo revelando os maus tratos de podas erradas,
cupins e sobras de materiais de construção como cimento e tijolos, ela
permanece resistindo ao tempo.
Fonte: http://identidadesp.com.br/sacoma/
Tijolos da Cerâmica Sacoman.
Tijolos da Cerâmica Sacoman.
Item TCS-0146:
Fabricante; Cerâmica Sacoman S/A.
Estrada da Lágrimas número 71. Bairro do Sacoman. São Paulo.
Sigla do fabricante no tijolo: Cerâmica Sacoman São Paulo.
Estilo da moldura da sigla: Arco simples.
Posição na foto: parte frontal.
Medidas:
Comprimento: 250 mm .
Largura: 120 mm .
Altura: 50 mm .
Peso: 2.600 gm .
Formato da peça: completa.
Código do Imagem: IMG-T00-0859.
Código do Imagem: IMG-T00-0859.
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Noviciado Nosso Senhor das Graças das Irmas Salesianas. Imagem de 1924.
Noviciado Nosso Senhor das Graças das Irmas Salesianas.
Imagem de 2019.
Fotografia de minha autoria.
Hoje esse belíssimo prédio está totalmente abandonado e desmoronando.
Estava alugado para a Faculdade São Marcos que deixou uma dívida de mais de três milhões de reais
em aluguéis atrasados até que foram despejados por uma Instituição Católica do Bairro proprietária do prédio.